quinta-feira, 7 de junho de 2018

João Torto

A nova história da Ana Meireles que estou a ilustrar.

João era um rapaz simples que vivia no campo. Um dia encontrou um cão, um cão enorme, castanho amarelo e com uma cauda de tão pesada que era que tombava para a esquerda, ficou com o cão e chamou-o de Torto.
A família do João não ficou nada feliz com a vinda do Torto e disseram ao João que só podia ficar com o cão se este não comesse!! Mas como o Torto só se alimentava de nuvens, a questão da comida deixou de ser problema.
Andavam sempre juntos e por isso lhes chamavam de João Torto. 
A vida de ambos não era a melhor mas com a chegada das tropas de Napoleão, piorou consideravelmente. Pior... entretanto vieram outros tantos soldados de Inglaterra.
De repente o João e o Torto viram-se entre o fogo cruzado de Bifes e Jacobinos e para piorar as coisas ambos tinham orelhas enormes o que não dava jeito nenhum quando se anda entre balas de pólvora.
Mas o João que era um valente não só sobreviveu como salvou todas as pessoas da aldeia e assim tornou-se herói nacional, bem... nacional não digo mas foi certamente o herói da Maceira!












ADMA


Adma é uma criança que vive na floresta, num lugar encantado que ninguém sabe onde fica e quem lá vive permanece para sempre. A criança tem poder para se transformar no animal que desejar, inclusive de se esfumar e desaparecer tal como o Gato de Cheschire.



quarta-feira, 6 de junho de 2018

O Rapaz Doente - Lenda Xavante

O Rapaz Doente 

Tive como proposta para as exposições de Araraquara e Ribeirão Preto, ilustrar uma lenda sobre um povo indígena brasileiro. 
O comissário da exposição enviou-me inúmeros contos e aí a tarefa tornou-se bem difícil, todos eram muito interessantes, muitos deles cruzavam com lendas europeias e asiáticas, sempre que lia cada uma delas já tinha um monte de ideias e tive dificuldade em decidir qual o conto que iria escolher. Acabei por escolher a lenda do Rapaz Doente, uma lenda do Povo Xavante que vive em Mato Grosso, foi a lenda com que mais me identifiquei por diversos motivos e foi então a escolhida. A ilustração exige pesquisa e nessa procura de documentos que me apoiassem para ilustrar a lenda acabei por conhecer um pouco do povo xavante. Durante a exposição em Ribeirão Preto acabei por conhecer o Cacique da tribo, o único membro da tribo que fala em português e que se desloca a vários lugares para falar sobre o seu povo. Foi um encontro inesperado e fantástico, ficou o convite para que no futuro eu passe um tempo na tribo e possa documentar outras lendas que fazem parte do folklore nativo brasileiro.

A história conta as vivências de três irmãos muito jovens que integram um grupo de caçadores, eles caminham durante dias para conseguirem encontrar caça suficiente que alimente toda a aldeia, mas não encontravam caça nenhuma. A caça era uma função dos homens enquanto as mulheres se dedicavam a colher raízes, frutos e preparação dos alimentos.

Durante a caminhada um dos irmãos fica doente e como não consegue acompanhar o ritmo dos outros caçadores os irmãos fazem uma maca para o transportar, mas o esforço é muito e o rapaz está cada vez mais debilitado. Mesmo assim os dois irmãos caminham suportando a maca durante alguns dias.








Os irmãos são colocados à prova, têm de decidir ou ficar junto do irmão correndo o risco de não sobreviverem os três ou abandoná-lo garantindo a sobrevivência dos dois. Os irmãos sabem que têm que partir com os outros homens da tribo e constroem um abrigo para que o irmão doente fique confortável.





Os gaviões e urubus apercebem-se da situação e quando o rapaz fica sozinho, aproximam-se curiosos. Chega então o urubu rei e decide que o rapaz tem que ser tratado para isso tem que ser transportado para a casa dos pássaros que fica por cima das nuvens. Os pássaros agarram no rapaz e batem as asas com muita, muita força, e assim conseguem elevá-lo até à morada dos urubus.





O rapaz é tratado e passado algum tempo começa a aprender o modo de vida dos pássaros, as memórias da sua vida familiar começam a desaparecer e cada vez mais ele se vê como uma ave e não como homem.

Mas a sua família está inconsolável e os pássaros que sempre observam os homens compreenderam que não podiam manter mais o rapaz, tinham que o devolver à tribo. Assim fizeram mas com uma condição, o rapaz nunca podia transmitir à tribo tudo o que aprendeu com os pássaros porque o conhecimento dos animais nunca poderá ser entendido pelos homens.





Muito obrigada Tsetetó Siruapi.

Cerâmicas na Loja de Torres

Os mais recentes trabalhos em cerâmica chegaram à Loja de Torres, são pequenas histórias em quadradinhos cerâmicos que descrevem a cidade de...